PRODUTORES DE HORTIFRUTIS DEVEM FICAR ATENTOS ÀS MUDANÇAS NO MERCADO

As transformações sociais, principalmente aquelas que afetam o hábito de consumo da população, têm interferido de maneira intensa nas relações entre os vários segmentos das diversas cadeias produtivas. Neste sentido, as relações tendem a ampliar a interdependência e a especialização do setor produtivo rural, visando atender às exigências crescentes em quantidade (escala de produção) e qualidade intrínseca dos produtos. Os consumidores procuram, cada vez mais, atender as suas necessidades alimentares com uma dieta equilibrada, onde os hortifrutis entram como importantes fornecedores de vitaminas e minerais.


Alguns fatores de mudança no perfil do consumidor maximizam a tendência de aumento do consumo de hortifrutis in natura ou minimamente processados:
• O envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida, pois pessoas mais velhas consomem mais frutas e hortaliças (naturalmente ou por recomendação médica);
• O valor nutricional desses alimentos e seu efeito no organismo, fruto de novas tendências de preocupação com a qualidade de vida (efeito-saúde);
• Personalização do consumo, potencializando a exploração e surgimento de nichos de mercado.


Dentre os argumentos mais freqüentes, se discute mundialmente a questão da segurança alimentar, ou seja, o produto deve ser seguro para quem produz, consome e para o meio ambiente.


Alteram-se, então, os paradigmas. Ao invés de produção em quantidade, o objetivo principal passa a ser produtos de qualidade. Essa tendência desafia as estruturas tradicionais de distribuição no país ao mesmo tempo que proporciona o desenvolvimento de novos nichos de mercado e oportunidades de negócios especializados dentro do setor.


Nas últimas duas décadas, as novas tendências do consumo alimentar surgem e se disseminam rapidamente, de forma que um novo costume se transforma em padrão em pouco tempo. Dessa forma, o consumidor assume um papel decisório e até impositivo, bastante ativo, sobre a distribuição, determinando qual produto e seu padrão de qualidade.


Tornam-se valores para o consumo produtos percebidos como naturais e de melhor qualidade, que agreguem frescor, pureza, sabor e valor nutritivo. Para atender a essas demandas, a cadeia deve investir na maior diversificação de produtos sob medida ao público-alvo (inclusive para várias faixas etárias), relevando a apresentação, a forma de preparo e a praticidade.


No mercado, nota-se uma tendência cada vez maior de perda de importância das Centrais de Abastecimento e o aumento de concentração no comércio varejista, com a intensificação de aquisições de pequenas e médias empresas do setor por grandes grupos nacionais e multinacionais. Essa tendência está bastante avançada em países mais ricos, como nos Estados Unidos e na Europa.


A concentração no setor varejista deve ser encarada pelo produtor como um novo desafio na gestão da comercialização de produtos hortifrutis. A mudança de negociação de atacadistas para varejistas não oferece vantagens tão claras como se imagina, pela simples perda de intermediários na cadeia. O processo negocial adotado pelas grandes redes de hipermercados, principalmente os multinacionais, tem trazido dificuldades semelhantes ou maiores para os produtores que estão nesse sistema de venda direta.


A seguir, avaliamos problemas, algumas mudanças que vêm ocorrendo e tendências nos vários segmentos da cadeia.

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