Preços de exportação do agronegócio compensam pressão do câmbio

Pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, que elaboram índices de exportação do agronegócio apontam que o início deste ano foi marcado pela recuperação dos preços em dólar recebidos pelo agronegócio brasileiro (IPE-Agro/Cepea). O câmbio real do setor, no entanto, esteve no patamar mais desfavorável às exportações da década de 2000. Nesse contexto, a alta dos preços em dólar foi o alento para o exportador, que conseguiu, na média de janeiro a março deste ano, ter atratividade (resultante do câmbio e preço em dólar) semelhante à do mesmo período de 2009. O volume exportado nos primeiros meses de 2010 teve o mesmo padrão do início de 2009: forte queda de volume em janeiro e fevereiro, com expressiva tendência de recuperação em março.
As carnes bovina e de frango tiveram ambiente positivo no primeiro trimestre de 2010, quando comparado com o primeiro trimestre de 2009, com ganhos de preços e volume. Já os produtos do complexo soja, madeira e mobiliário e suco de laranja enfrentaram um ambiente de comercialização adverso, com queda de preços e volume.
Na comparação do primeiro trimestre de 2010 com o primeiro trimestre de 2009, pesquisadores do Cepea explicam que apresentaram crescimento de volume embarcado os grupos de papel e celulose (20%), carne bovina (8%), soja em farelo (6%), frutas (2%) e carne de frango (2%). Soja em óleo, álcool e madeira e mobiliário apresentaram queda de 56%, 31% e 13% respectivamente. Carne suína, suco de laranja, açúcar, soja em grão e café apresentaram retrações mais amenas (inferiores a 10%).

PARCEIROS COMERCIAIS - A análise os pesquisadores do Cepea sobre a evolução do comércio exterior com os parceiros comerciais do agronegócio brasileiro mostra que desde 2000 os principais são a União Européia e os Estados Unidos – parceiros mais tradicionais; Rússia e China, países dos BRIC’s, vêm aumentando sua participação na pauta de exportações do setor, e os países do Cone Sul - Argentina e Chile têm reduzido. As carnes, os produtos do complexo soja, café, cana e frutas são os principais na pauta de exportação.
A União Européia, maior importadora, teve participação de 42,51% nas exportações no período de 2000 até 2004 e de 40,25% no período de 2005 até 2009. Em seguida estão os Estados Unidos, que reduziram sua participação de 22,05% (2000-2004) para 15,04% (2005-2009).
Já a China dobrou seu peso enquanto destino de exportação do agronegócio nacional, passando de 7,64% (2000-2004) para 14,89% (2005-2009). A importância da Rússia como parceiro comercial do agronegócio brasileiro aumentou de 5,68% (2000-2004) para 9,10% (2005-2009), enquanto o reino Unido teve redução de 5,54% (2000-2004) para 4,05% (20005-2009) e o Japão manteve participação praticamente constante – de 5,30% (2000-2004) para 5,02% (2005-2009).
Com relação aos países do Cone Sul, os principais parceiros comerciais, Argentina e Chile, tiveram sua participação reduzida: Argentina caiu de 5,05% (2000-2004) para 3,42% (2005-2009), enquanto o Chile deixou de pertencer ao grupo dos 10 mais importantes destinos das exportações do agronegócio brasileiro no período de 2005 até 2009. Outros parceiros comerciais menos tradicionais como Coréia, Arábia Saudita e Hong Kong aumentaram sua importância na pauta de exportação agro.

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