Cadeia produtora de leite tem perspectivas promissoras

Folha de São Paulo - Marco Aurélio Bergamaschi

A remuneração do litro de leite recebida pelo produtor é determinada por uma equação complexa.
Vários fatores influenciam positivamente, como o período de entressafra (preços mais altos), maior consumo devido ao aumento populacional e da renda, além do mercado externo aquecido.
Há também os fatores que influenciam negativamente, como o período da safra (preços mais baixos), região produtora, concorrência com indústrias exportadoras de outros países e recessão.
O valor do leite ao produtor e ao consumidor pode variar em mais de 40% durante o ano. Mas o produtor e o consumidor precisam manter suas contas equilibradas: o primeiro, para manter a produção; o segundo, para continuar a consumir.
Até 2004, o Brasil era importador de produtos lácteos. Atualmente, somos também exportadores. Em 2002 importamos a mesma quantidade que exportamos em 2009.
De 2006 a 2008, a balança comercial de lácteos foi positiva (exportações superiores às importações), situação que se inverteu em 2009, embora o Brasil continue exportador.
Em 2008 o Brasil exportou US$ 540,8 milhões em lácteos e importou US$ 213,1 milhões. Os números de 2009 foram baixos, devido à crise mundial.

PANORAMA FUTURO
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento traçou o panorama dos principais produtos do agronegócio para os próximos 11 anos. As perspectivas para a cadeia produtiva do leite são promissoras, com grande possibilidade de crescimento.
Acredita-se que a produção nacional atingirá cerca de 37 bilhões de litros, o que representa aumento médio de 1,95% ao ano. Em consequência do aumento populacional e também do poder aquisitivo, o consumo deve crescer 1,98% ao ano.
Outra tendência esperada é a manutenção dos resultados positivos das exportações. O volume a ser exportado nos próximos 11 anos pode se aproximar dos 2 milhões de toneladas anuais.
Contudo, essas previsões estão condicionadas a fatores críticos. A produção esperada pode ser comprometida pela distribuição de chuvas.
O ano de 2009 foi o mais chuvoso das últimas décadas em consequência do "El Niño" e este ano temos enfrentado uma seca bastante severa devido à "La Niña".
O consumo interno estará sujeito à manutenção de políticas públicas que garantam o poder aquisitivo da população. As exportações dependerão do desempenho da economia mundial, da negociação das barreiras tarifárias e não tarifárias impostas pelos países importadores e da qualidade do leite brasileiro.

Comentários

  1. Estas pesquisas tem reforçado que apesar das severas críticas a bovinocultura de leite a atividade pode ser promissora, porém acredito que para chegarmos a competir com o mercado externo a atuação dos produtores precisa mudar. A procura por assistência técnica tornaria a atividade mais competitiva, aproximando a propriedade rural as técnicas desenvolvidas nas entidades de ensino favorecendo assim todos os elos da cadeia.

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  2. Concordo com a Kennia o que falta na atividade leiteira é a busca do produtor por assistência técnica. Muitos produtores ainda tem certa resistência, e as vezes medidas simples podem gerar aumento de produtividade em uma propriedade.Se o produtor passar a tratar a fazenda como uma empresa a relação custo/benefício será favorável obtendo uma maior rentabilidade.

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