VENDA DE SUCO 100% LARANJA EM CAIXINHA É CONSENSO NO SETOR CITRÍCOLA

O setor citrícola tem pelo menos uma proposta de consenso. É a criação de uma empresa mista, sem fins lucrativos, que irá aproveitar a ociosidade nas fábricas e laticínios para envasamento de suco de laranja em embalagens longa vida de um litro, que serão comercializadas no varejo e distribuídas para os programas de cesta básica. O suco 100% laranja concorrerá com o néctar de fruta, mercado liderado pela Coca-Cola.
A iniciativa partiu da Associação Nacional dos Fabricantes de Sucos Cítricos (CitrusBR) e o estudo foi elaborado pelo professor Marcos Fava Neves, da Universidade Federal de São Paulo (USP), mostrando que é possível logo no primeiro ano escoar 10 milhões de caixas de laranja, com a produção de 200 milhões de litros de suco.
Fava explica que o objetivo é buscar alternativas de escoamento do suco e reduzir os altos estoques nas indústrias, que pelo terceiro ano consecutivo irão pressionar os preços pagos ao produtor de laranja. A proposta é que a empresa reúna representantes dos citricultores e das indústrias, com participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele calcula que o investimento ficará entre R$ 20 milhões e 30 milhões, principalmente em propaganda para divulgar o novo produto.
A proposta já foi apresentada ao BNDES, aos ministérios da Agricultura e da Fazenda. O setor citrícola reivindica ao governo a isenção do PIS/Cofins sobre o suco. Pelos cálculos de Fava Neves, sem o imposto federal o produto poderia chegar no varejo a R$ 3,94. O setor também vai conversar com o governo paulista para pedir a redução do ICMS de 12% para 3%. Sem o PIS/Cofins e com o ICMS mais baixo em São Paulo, o produto chegaria no varejo ao preço de R$ 3/litro.
Fava Neves acredita que o setor poderia produzir por ano mais de 500 milhões de suco 100% laranja. O presidente da câmara setorial de citricultura, Marco Antonio dos Santos, considera a proposta viável e lembra que neste ano o governo federal está aplicando R$ 500 milhões em subsídios para sustentar os preços da laranja e garantir renda aos citricultores.
Santos aposta no diálogo para resolver as desavenças no setor, que estão sendo discutidas no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ele afirmou que a partir de janeiro a câmara setorial contará com um fórum permanente da superintendência do Ministério da Agricultura em São Paulo, apenas para discutir questões relacionadas ao conselho que reunirá representantes dos produtores e indústrias para definir parâmetros de preços (o Consecitrus), que é o principal ponto de discórdia.
 
Data Edição: 23/11/2012Fonte: Agencia Estado

Comentários

Postagens mais visitadas