Manejo correto de inseticida evita custo excessivo

Portal Dia de Campo - Kamila Pitombeira

Identificação de espécie da praga e realização de amostragens são métodos indicados para combate na sojicultura

Percevejos e lagartas são algumas das preocupações que afligem o produtor de soja. Elas são as principais pragas do período reprodutivo e podem causar danos irreparáveis caso não sejam combatidas adequadamente. Uma das medidas que costuma ser tomada é a aplicação do inseticida junto com o fungicida, mesmo quando não necessária, na esperança de uma possível prevenção. Nesse caso, além de o controle se tornar ineficiente, o produtor ainda aumenta seu custo de produção. Portanto, para realizar o controle adequado dessas pragas, nada melhor que a informação. Para isso, a identificação da espécie, assim como a realização de amostragens pode trazer bons resultados sem investimentos desnecessários.

— Estamos no período reprodutivo da soja. As principais pragas que ocorrem nesse período estão dentro do complexo de percevejos que atacam a vagem. Entre eles, a espécie predominante é o percevejo marrom. Além deles, que atacam sugando diretamente a semente, existem ainda algumas lagartas, principalmente as lagartas mede-palmo e as lagartas das vagens — conta Adeney Bueno, pesquisador da Embrapa Soja.

No período reprodutivo, especificamente, surge mais uma dificuldade: o molhamento. Como diz o pesquisador, fica mais difícil fazer um bom molhamento da planta na hora da aplicação de inseticidas, já que está bem fechada e com porte desenvolvido nessa etapa.

— É importante dizer que é de suma importância que o controle de pragas na soja seja feito no momento correto para obter sucesso, tanto no caso de percevejos quanto lagartas. Infelizmente, isso muitas vezes não é feito. Isso porque, no período reprodutivo, o produtor costuma fazer aplicações de fungicidas para o controle de doenças da soja — conta o entrevistado.

Para ele, muitas vezes o agricultor aproveita essa operação agrícola e adiciona o inseticida para controle dessas pragas, na maior parte dos casos, pensando em prevenir que elas ocorram. No entanto, aplicar inseticida quando a população ainda é baixa não traz bons resultados. Então, é importante que o produtor faça um monitoramento para obter um diagnóstico e, a partir daí, tomar a decisão sobre qual inseticida aplicar e em que dose aplicar.

— Ao fazer a amostragem no caso do percevejo, ele deve controlar se a população for de dois percevejos ou mais por metro. Já no caso da lagarta, a planta da soja tolera 30% de perda de área foliar no período vegetativo e 15% no período reprodutivo. Portanto, não há porque aplicar inseticidas em casos de desfolhas menores — orienta.

Bueno acrescenta que outro fator importante é a identificação da espécie da praga. Isso porque as ações recomendadas para cada tipo de praga são diferentes. Além disso, a dose do inseticida também varia de uma praga para outra.

— O controle inadequado, como o uso do inseticida na carona do fungicida sem a avaliação da quantidade de pragas, faz com que o produtor tenha que aplicar mais vezes. Apesar disso, há uma menor eficiência no manejo de pragas, o que aumenta o custo de produção — garante o pesquisador.

Além disso, devemos ressaltar ainda o fato da responsabilidade em relação à preservação ambiental. Quanto mais se usa o inseticida, mais riscos são oferecidos ao meio ambiente, como acrescenta o entrevistado.

— Esse ano, especificamente, tem tido menor incidência de chuvas e temperaturas mais altas. Essas são condições climáticas propícias para o aumento de pragas. Portanto, o produtor deve ficar mais atento. Nesse caso, o método de amostragem mais indicado e mais confiável é o pano de batida — conclui ele.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Soja através do número (43) 3371-6000.

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