Alimentos funcionais ajudam a prevenir doenças; saiba mais sobre eles

A expectativa de vida da população brasileira tem crescido a cada ano. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), quem nascia em 1980 tinha a esperança de viver 62,5 anos. Passadas três décadas, esse número pulou para 74,1 anos. Para chegar lá com qualidade, é preciso ter uma vida equilibrada e saudável. Os alimentos funcionais podem ser grandes aliados nesta trajetória.
O alimento funcional, além de atuar em funções nutricionais básicas, irá desencadear efeitos benéficos à saúde quando consumido regularmente e deverá ser também seguro para o consumo sem supervisão médica.

A nutricionista Cátia Cristina Guerbali, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que esses alimentos possuem componentes ativos capazes de reduzir o risco de certas doenças como as cardiovasculares, intestinais e alguns tipos de câncer. Além disso, oferecem melhora importante na função imunológica e têm propriedades antioxidantes.

"A dieta rica em alimentos de origem vegetal, hortaliças, frutas, chás, trigo e peixes pode proporcionar melhora na imunidade celular contra diferentes micro-organismos e células doentes. Já os produtos ricos em vitaminas C, E, zinco e betacaroteno protegem o corpo contra a oxidação provocada pelos radicais livres", comenta.
 
A médica nutróloga Marcella Garcez Duarte, diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia), recomenda que a pessoa não coma sempre os mesmos alimentos funcionais. Com tamanha variedade, a receita é diversificar ao máximo.

"Se um dia você come aveia, no outro se alimente com linhaça, ou troque a maçã por castanha-do-pará. Durante a semana, alterne arroz branco com integral. Assim sua dieta não ficará monótona", ensina a nutróloga.

Existem importantes evidências em estudos epidemiológicos de que o maior consumo de frutas, vegetais e legumes está associado ao menor aparecimento de doenças crônico-degenerativas conforme o nutrólogo Dan Waitzberg, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

"Sob o ponto de vista de pesquisas experimentais em células e em animais, já se identificaram benefícios de vários dos compostos bioativos encontrados nos alimentos, como, por exemplo, da genisteína da soja, do licopeno do tomate ou da goiaba vermelha, e do resveratrol da uva", destaca o médico.

O nutrólogo acrescenta que todos os dias são publicados novos artigos sobre o assunto, o que não quer dizer que sejam de boa qualidade ou de metodologia adequada. "Um bom artigo é aquele que considera a inter-relação entre o consumo dos alimentos, as várias formas de determinados genes e os resultados clínicos observados", explica.

Segundo ele, um estudo feito na Itália com mais de 30 mil mulheres apontou que o maior consumo de vegetais por mais de 10 anos foi capaz de conferir importante proteção contra o câncer de mama.
 
Carla Uerlings
Do UOL, em São Paulo

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