ESPANTANDO O MAU-OLHADO

Foi para espantar o mau-olhado que a agricultora Priscila de Ávila plantou um pé de pimenta na chácara em que vive com o marido, na zona rural de Sobradinho, a 36 quilômetros de Brasília. O que era apenas superstição, agora virou fonte de renda. Em pouco mais de dois mil metros quadrados, o casal cultiva 90 variedades de pimenta de 60 países. O cacho de cabra é do Chile, usado na composição da pimenta calabresa. Tem também uma outra africana, cujo nome já indica a ardência: fatalli. Tem a tabasco, tradicional da culinária mexicana, ótima para dar coloração aos molhos, mas entre todas as variedades, a indiana chama a atenção. Além de ser considerada uma raridade, ela foi eleita a mais picante do mundo. Para se ter uma ideia, o grau de ardência dela é 40 vezes maior que o da pimenta malagueta, que já é forte. A buth jolokia, conhecida como pimenta fantasma, dá apenas seis frutos por pé, mas adaptou-se muito bem ao solo seco do cerrado. A correção do solo é feita com um adubo produzido a partir dos dejetos de cabras. A criação dos animais ajuda na produtividade das pimenteiras. Da plantação, Silvio Borges retira o fruto para a produção de molhos de pimenta. São 10 tipos diferentes. Por mês, o casal vende 600 unidades, a R$ 12 cada. “Se a gente vendesse só o fruto, o preço seria muito baixo, o molho agrega valor. Fora isso, a gente adora ver a cara das pessoas experimentando, eu já vi até pernambucano chorar”, diverte-se Priscila

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