Mercado de Milho Safrinha

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​O Brasil atravessa um momento bastante delicado em termos de crise econômica e política, mas do ponto de vista de exportação, o Brasil está em um excelente momento. Se por um lado existe crise econômica, de outro há algumas oportunidades em decorrência da desvalorização cambial.
 
Os Estados Unidos atravessam um momento de recuperação econômica, com queda na taxa de desemprego e aumento do índice Dow Jones – principal indicador do mercado acionário nos EUA. Ao mesmo tempo em que percebemos a recuperação da economia norte americana, também visualizamos um cenário contrário nas economias emergentes.
 
Na Europa, a recuperação é bem mais lenta em relação aos EUA, mas já há alguns países com melhoras expressivas.
 
 


Perspectivas do ponto de vista econômico
 
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) o crescimento global deve ser de 3,5% em 2015. Um rápido crescimento em relação a 2014, porém, ao contrário do que foi visto no passado, este crescimento é puxado pelas economias avançadas e não tanto pelas economias emergentes.
 
Em 2015 as economias avançadas devem ter um crescimento de 2,4%, ao passo que as economias emergentes devem ter um decréscimo (4,3% ante 4,6% em 2014). Se retirarmos a China deste cenário, ele se torna bastante restrito.
 
A China passa, atualmente, por uma desaceleração econômica, apesar de ainda crescer por volta de 7%. No entanto, esta desaceleração tem certo impacto sobre o mercado financeiro. Temos no Brasil um mercado acionário apresentando forte queda em função disso, uma vez que o Brasil tem grande dependência do mercado Chinês.
 
Estima-se que em 2015 o Brasil tenha um superávit na Balança Comercial, ainda bastante modesto. A desvalorização cambial, apesar de ocasionar impacto em termos de inflação no país, por outro lado também vem ajudando a melhorar um pouco a conta macroeconômica. Isso vem tendo impacto direto sobre o mercado de commodities agrícolas, a exemplo da soja, que volta a estar em um patamar próximo a R$ 70,00 em algumas regiões.
 

Perspectivas do ponto de vista agrícola
 
O cenário da agricultura é um pouco diferente do cenário econômico. É preciso ter um pouco de cuidado para que o produtor brasileiro não se contamine com um cenário de crise econômica e política que, de fato traz certo pessimismo para a economia brasileira.
 
Nós temos um cenário onde a agricultura continua crescendo e ajudando a sustentar a economia do país, mas claro que existem impactos do cenário econômico sobre ela. No que diz respeito aos financiamentos da atividade, o produtor brasileiro enfrenta um processo mais burocrático na captação de recursos; além disso, a desvalorização cambial também tem impacto sobre os custos de produção. Em compensação, os preços das commodities agrícolas – no caso de soja e milho – ainda estão em patamares relativamente atraentes.
 

Pontos de destaque
 
Os preços voltam a registrar melhora, apesar da colheita de uma segunda safra excelente. Houveram algumas pressões de preço antes do início da colheita, mas estamos em um momento melhor do que estávamos no mesmo período do ano passado. Isso se deve a desvalorização cambial que acabou ajudando a estimular as exportações. Passamos a ter um cenário futuro bastante interessante, especificamente para o milho, pensando em safrinha 2015, 2016.
 
Os EUA estão em condições bastante favoráveis para a produção de grãos, como milho e soja, mas apesar disso, deve haver queda no nível de estoque, o que abre espaço para o Brasil ocupar uma parcela dentro desse mercado. A alta do dólar, do ponto de vista global, tira um pouco a competitividade do mercado norte-americano, mas em compensação traz competitividade aos países que tem forte desvalorização da sua moeda perante o dólar.
 
No Brasil, a estimativa é de uma safra de milho em torno de 82 milhões de toneladas, pensando em verão e safrinha. Muitos produtores vão se perguntar “Estamos falando de uma safra recorde de milho. Quanto isto poderia atrapalhar, do ponto de vista de preço?”. Desta forma, é importante olharmos a nossa perspectiva de exportação, que está em 23,5 milhões de toneladas. Dentro desse cenário e de um rápido crescimento da demanda, estaríamos falando em um nível de estoque muito parecido com o que foi em 2014/15, com uma perspectiva de preços melhores para o milho em função deste preço ser balizado pela paridade.
 
Outro ponto importante é que muitos produtores querem reduzir o custo de produção trabalhando com a perspectiva de reduzir o custo por hectare e é importante ter em mente que é preciso reduzir o custo por saca produzida. Ou seja, a redução de custo por saca produzida representa maior custo por hectare, geralmente. A desvalorização cambial trouxe suporte aos preços do milho, mas ao mesmo tempo, também trouxe aumento dos custos de produção, principalmente para fertilizantes e defensivos agrícolas. Isso significa dizer que a margem pode ser reduzida em função desse aumento nos custos. Assim, é importante compensar a perda buscando ganhos de produtividade. No entanto, esses ganhos só acontecem através do uso de tecnologia e não da redução dela.

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