O QUE TE MOTIVA?

Esta é uma pergunta muito interessante, levei alguns dias, meses talvez até encontrar em minhas próprias motivações uma resposta para esta pergunta inquietante, e me voltei para meu mundo interior e nele vasculhei diversos compartimentos até encontrar uma possível resposta.
O que me motiva, certamente é uma inquietação interior que me faz sair da zona de conforto e mergulhar num projeto maior onde me faço demasiadamente humano.
Tenho hoje um filho de pouco mais de 2 anos, e nele vejo perguntas e respostas para uma série de situações que me cercam, e você também deve ter algo ao seu redor que lhe provoca estas perguntas.
Desde muito cedo sempre me envolvi em projetos e propostas que tinham em seu enredo o selo da mudança.
Sim, muitas vezes me meti em confusão por que nem sempre a mudança era para melhor, muitas das vezes nem surtiam efeito, tinha muitas vezes um efeito placebo, mas sempre uma inquietação me  vinha, a principio pensei que se abraçasse a democracia seria um bom caminho, vivia naqueles anos o fim de um processo de ditadura aqui no Brasil.
Anos depois vi o quão suja e mesquinha é a politica partidária, seus jogos de poder, como se formam as alianças e como construir um caminho dentro desta pântano, me fez fastar por completo destas questões.
Mas foi quando passei a desejar muito ter um filho e com sua chegada tudo me pareceu desafiador, seus olhos, os pezinhos tortos, sim ele nasceu com os dois pés tortos como o pai que também teve esta marca genética herdada de família.
O mundo todo me parece um imenso canteiro de obras, tudo por fazer e meu filho ali diante de meus olhos, agora com pouco mais de 2 anos ele insiste que eu lhe conte a história do menino azul um amigo imaginário que criamos juntos, e falamos a respeito de seu mundo utópico de desafios e oportunidades.
Recentemente o cenário mundial se revelou dramático com cenas em todos os grandes jornais anunciando a fuga em massa de refugiados da Síria, e esta semana algo mexeu comigo de forma devastadora vi uma foto de uma criança da idade de meu filho estendido em uma praia da Turquia morta por afogamento quando seus pais desesperados tentavam fugir para a Europa.
Olho desde então o rosto de meu filho furtivamente e vejo nele aquela criança estendida na praia.
Não podemos desistir de sonhos, não devemos desistir de sermos demasiadamente humanos, e é isso que realmente me motiva, é esta possibilidade de me indignar com as mazelas humanas, naquela praia não tinha o corpo estendido de uma criança, nela estava estendida toda uma Europa que acabara de se declarar desumana.
Então o que me motiva é o desejo quase que messiânico de ser demasiadamente humano, de ter a capacidade de me indignar com tudo que seja mazela humana e colocar meus neurônios para pensar em soluções locais mas que sejam de alcance global.
Filho você é simplesmente tudo que sintetiza meus sonhos inquietos de um mundo melhor.

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